30
Jun 08
30
Jun 08

Para ti, Paula

 

 

publicado por imprevistoseacasos às 20:01 | comentar | ver comentários (8) | favorito
29
Jun 08
29
Jun 08

Nâo são os domingos dias de descanso?

Não descanso neste domingo. Eu e muitas pessoas, certamente. Mas o sol brilha, as pessoas sorriem, a luz encanta e o descanso não chega.O computador acompanha a solidão imposta com uma melodia única que as teclas conhecem tão bem. O que éramos  nós sem esta melodia de partilha?

Acasos e imprevistos chegam no monitor a uma velocidade insuspeita não fora o pouco caso contrariar o óbvio: deixámos de estar sós quando o monitor e as teclas deram o nó.

publicado por imprevistoseacasos às 15:55 | comentar | ver comentários (4) | favorito
28
Jun 08

Ana Luísa Amaral 2

  

COISAS DE PARTIR

 

Tento empurrar-te de cima do poema
para não o estragar na emoção de ti:
olhos semi-cerrados, em precauções de tempo,
a sonhá-lo de longe, todo livre sem ti.

Dele ausento os teus olhos, sorriso, boca, olhar:
tudo coisas de ti, mas coisas de partir...
E o meu alarme nasce: e se morreste aí,
no meio de chão sem texto que é ausente de ti?

E se já não respiras? Se eu não te vejo mais
por te querer empurrar, lírica de emoção?
E o meu pânico cresce: se tu não estiveres lá?
E se tu não estiveres onde o poema está?

Faço eroticamente respiração contigo:
primeiro um advérbio, depois um adjectivo,
depois um verso todo em emoção e juras.
E termino contigo em cima do poema,
presente indicativo, artigos às escuras.

 

 

de Coisas de Partir, Fora do Texto, 1990

 

publicado por imprevistoseacasos às 13:49 | comentar | favorito
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28
Jun 08

Ana Luísa Amaral

 

 

Ana Luisa Amaral 

Quinta ouvi, na Flad, Ana Luísa Amaral. O pretexto era falar de Emily Dickinson. Cedo esta ficou para trás visto que ALA rapidamente cativou bem mais... Fiquei curiosa, por isso li, hoje, alguns poemas. Vou deixar algures por aqui, poemas dela, na esperança de os tornar meus ... 

publicado por imprevistoseacasos às 13:31 | comentar | favorito
27
Jun 08
27
Jun 08

estar em filas

Estar em filas significa penar. Tudo se complica a partir de Junho...aparentemente... pessoas em férias, poucas pessoas para atender. Os ansiosos impam nas filas, os conversadores aproveitam para meter conversa com qualquer um, os mirones sentam-se nas cadeiras e procuram um alvo. Depois há aqueles que pensam que estando colados a nós e respirando para o nosso pescoço os aproxima do balcão,  uma verdadeira estratégia para encurtar distâncias...

O atendimento prioritário causa verdadeiras discussões. Pais e mães que tentem fazer valer os seus direitos levam com comentários mistos, uns a favor, outros manifestam-se contra os abusadores. "Se eu soubesse também trazia a minha neta", "coitada da criança, podia ter ficado a dormir", etc., etc.. Depois ainda temos os acessos para deficientes...tendem a ser verdadeiras ratoeiras e promovem o suicídio de quem está na cadeira e daqueles que a empurram. Ou são verdadeiras ladeiras onde se podem atingir velocidades alucinantes ou subidas vertiginosas, provas de verdadeiro esforço para os bem intencionados.

Enfim, alguém gostará de filas?

publicado por imprevistoseacasos às 12:10 | comentar | ver comentários (2) | favorito
26
Jun 08
26
Jun 08

Hoje sinto-me russa...

Hiddink quer estar entre os 4 melhores da Europa

publicado por imprevistoseacasos às 09:22 | comentar | favorito
sinto-me:
24
Jun 08

Para o Pedro...imagens de um dia.

 

É escorregadia a memória daquele dia, idêntico a tantos outros. O irregular bloco do meu prédio, o tumulto que desliza pelas ruas no frenesim de um novo começo. Donas de casa, irrequietas, gritam as últimas recomendações a filhos impacientes. É a vida de bairro. Eu procuro, com a rotina esfregada no rosto, a novidade nas horas que se dissolvem como espuma.
 Escorrega-me a memória num dia que se estendeu por uma torrente de bolhas, difusas, de acontecimentos. Nenhum deles particularmente marcante. Foi a correria habitual sob um céu azul onde os seus brancos flocos nos provocam aquela preguiça, proibida, num tempo em que as pessoas se empurram numa multidão de gotas, com um odor amargo, tão característico, na espera por um sinal verde. O mesmo percurso sinuoso, o esforço repetido de chegar a tempo ao destino, a fuga ao toque anónimo, às marcas deixadas nos corrimãos, nódoas esponjosas que se colam nos encontrões regulares da entrada no Metro. Encher os ouvidos com música que não escolhemos, ajudar com uma moeda quem não conhecemos.
Chego ao meu rectangular refúgio com uma acre sensação impregnada em mim. Seca, adormeço numa nuvem branca, só minha. 
publicado por imprevistoseacasos às 23:54 | comentar | ver comentários (2) | favorito
24
Jun 08

Adília, a Bela

 

 

 

A Bela Acordada

 

Era uma vez uma mulher que tão depressa era feia era bonita, as pessoas diziam-lhe:

- Eu amo-te.

E iam com ela para a cama e para a mesa.

Quando era feia, as mesmas pessoas diziam-lhe:

- Não gosto de ti.

E atiravam-lhe com caroços de azeitona à cabeça.

A mulher pediu a Deus:

- Faz-me bonita ou feia de uma vez por todas e para

sempre.

Então Deus fê-la feia.

A mulher chorou muito porque estava sempre a apanhar

com caroços de azeitona e a ouvir coisas feias. Só os animais

gostavam sempre dela, tanto quando era bonita como quando

era feia como agora que era sempre feia. Mas o amor dos animais

não lhe chegava. Por isso deitou-se a um poço. No poço,

estava um peixe que comeu a mulher de um trago só, sem a

mastigar.

Logo a seguir, passou pelo poço o criado do rei, que

pescou o peixe.

Na cozinha do palácio, as criadas, a arranjarem o peixe,

descobriram a mulher dentro do peixe. Como o peixe comeu a

mulher mal a mulher se matou e o criado pescou o peixe mal o

peixe comeu a mulher e as criadas abriram o peixe mal o peixe

foi pescado pelo criado, a mulher não morreu e o peixe

morreu.

As criadas e o rei eram muito bonitos. E a mulher ali era

tão feia que não era feia. Por isso, quando as criadas foram

chamar o rei e o rei entrou na cozinha e viu a mulher, o rei

apaixonou-se pela mulher.

- Será uma sereia ? – perguntaram em coro as criadas ao

rei.

- Não, não é uma sereia porque tem duas pernas, muito

tortas, uma mais curta do que a outra – respondeu o rei às

criadas.

E o rei convidou a mulher para jantar.

Ao jantar, o rei e a mulher comeram o peixe. O rei disse à

mulher quando as criadas se foram embora:

- Eu amo-te.

Quando o rei disse isto, sorriu à mulher e atirou-lhe com

uma azeitona inteira à cabeça. A mulher apanhou a azeitona e

comeu-a. Mas, antes de comer a azeitona, a mulher disse ao rei:

- Eu amo-te.

Depois comeu a azeitona. E casaram-se logo a seguir no

tapete de Arraiolos da casa de jantar.

 

 

In Adília Lopes – OBRA – A Bela Acordada, pag 300, Ed. Mariposa Azul, Lisboa 2001 

publicado por imprevistoseacasos às 10:49 | comentar | ver comentários (3) | favorito
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23
Jun 08
23
Jun 08

ar.co em exposições

 

Ar.Co

 

Valerá certamente a pena ir até ao Palácio Galveias e ao Museu da Cidade, a partir de amanhã, e ver

 

“Quel Air Clair...” Obras da Colecção do Ar.Co - Parte II 

 

Já são 35 anos de existência...

 

 

publicado por imprevistoseacasos às 19:39 | comentar | favorito
22
Jun 08
22
Jun 08

Nature Boy...Som de domingo 3

 

 

publicado por imprevistoseacasos às 17:50 | comentar | favorito
sinto-me: