Dia da República
Sorrir quando se pensa em república. Nem mais. Afastar aquelas sombras repetidas e verdadeiras do sofrimento nacional, esquecer por breves minutos que a nossa produção está longe do ideal. Fingir que não ouvimos as risadas pouco diplomáticas e imbecis de ministros das finanças de países que se encontram confortáveis na criação de paraísos fiscais.
Apetecer explicar a uma criança a importância desta "coisa pública", plena de defeitos e de virtudes. Fazê-la acreditar que nada está perdido, muito menos a esperança de que ela engrosse a elite intelectual portuguesa, afastando-se daqueles que usam a república para sua exclusiva vaidade.
Comemorar com amigos algo que sabemos que é nosso. O orgulho de pertencer e uma coisa imperfeita que aguarda pelo burilar capaz de todos nós.