O tempo - sempre ele.

 

As horas tinham passado céleres, sem a mínima consideração pelo o que ela tinha passado. Aquela coisa do tempo começava a irritá-la. Era como uma espada - aguda no trato e fria no final.

 

Desta vez, bateu o pé e fingiu que se ria dele. Fez-lhe intimamente aquele gesto que, por pudor, nunca tinha feito à frente de outros. Agora estava acompanhada e estava demasiado ocupada em fingir desinteresse por aquele fenómeno que corria sem lhe pedir opinião.

 

Percebeu, por fim, que ele sempre a acompanhara. Apenas agora lhe estendera a mão e lhe tocara nas rugas do rosto.

 

publicado por imprevistoseacasos às 17:32 | favorito