Agrada-me imenso este programa. Ontem o Plano Nacional de Leitura e os possíveis cânones literários para crianças dividiram Francisco José Viegas e Isabel Alçada. Vale a pena ver um pouco e, em caso de curiosidade, clicar na rtp2 e ver todo o programa...a peça de abertura é no mínimo estimulante para quem adora ler e deixa alguns avisos aos preguiçosos ou avessos à leitura...imperdível.
Inauguração dia 30 de Setembro às 22h00, na Gulbenkian
"A expressão de Goëthe, associada ao verso de Cesário Verde, para mostrar a literatura portuguesa do Mundo, numa exposição singular que conta com o comissariado de António M. Feijó e a concepção dos arquitectos Francisco e Manuel Aires Mateus. Textos literários, documentos e obras de arte apresentados em 11 salas autónomas que mostram a literatura e os autores da geração de Fernando Pessoa."
Acompanham esta exposição, uma série de conferências, umas mais imperdíveis do que outras... A não perder Eduardo Lourenço, Pedro Mexia, V.S. Naipul, a peculiar Clara Pinto Correia, entre outros...
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Foi um prazer o primeiro dia de conversa em torno de Dorian Gray. Helena Vasconcelos foi, como sempre, uma notável animadora destas tertúlias. Os convivas de todas as idades e de gostos tão diversos, tiveram a oportunidade de falar, interpretar, relacionar diferentes obras com o universo de Oscar Wilde. Aguardo com entusiasmo a segunda conversa na certeza de que muito se poderá ganhar nesta comunidade moderna, uma revisitação das antigas tertúlias que tanto fizeram pela nossa literatura.
Deixo aqui as palavras de Helena Vasconcelos:
"Toda a Arte é imoral", como disse Oscar Wilde? Ou será uma "amante ciumenta" como afirmou Ralph Waldo Emerson? Exigirá a "supressão do eu" como escreveu melancolicamente Henry James? Ou fará desaparecer tudo o que é desagradável, por estabelecer "a relação perfeita entre a verdade e a beleza", na opinião optimista do poeta John Keats?
Uma vez que escrever é uma Arte e que outras artes são atravessadas pela Literatura, o que acontecerá com esta auspiciosa fusão?
Ao longo da leitura destas obras tentaremos descobrir a forma como, tanto através da escrita como através da pintura ou do desenho, os artistas nos "contam histórias", oferecendo pistas, enigmas e ilusão, à medida que se desvendam a si próprios e nos facultam a chave para a compreensão da sua arte e do seu tempo.
Com Wilde exploraremos o poder da representação narcísica (Dorian Gray passou a ser nome de síndrome) e com Joyce a mestria de um exercício de auto-‑conhecimento. Com Agustina, Frayan e Chevalier exploraremos a época de ouro da pintura flamenga dos séculos XVI e XVII. Breugel e o seu dramático tempo, quando os Países Baixos lutavam contra a coroa espanhola, é o centro do delirante livro de Frayan, enquanto Rembrandt é o de Agustina e Vermeer o de Tracy Chevalier. Quanto à obra de Byatt, embora trate essencialmente da articulação da poesia vitoriana, está indissoluvelmente ligada ao movimento pré-rafaelita de (entre outros) Dante Gabriel Rossetti.
As "pontes" – mas também as cisões – entre a linguagem literária e a linguagem pictórica serão o pretexto para as nossas leituras".
Serão distribuídos, hoje, cerca de 3000 exemplares destes portáteis portugueses por escolas de 1º Ciclo. Mais do que propaganda vejo na iniciativa uma oportunidade de modernização, mesmo para os "velhos do Restelo".
Hotel Marriott
Hoje o horror deslocou-se para Espanha. Ontem, o terror preferiu o Paquistão e ceifou cerca de 60 vidas, já para não falar dos diferentes traumas que afectarão tantas pessoas. Nada justifica este horror, nada justifica que viremos costas a tudo isto, só porque a violência ainda não nos bateu à porta .
Hoje na FNAC Colombo, Valter Hugo lança o seu livro "O apocalipse dos trabalhadores". Só para o ouvir, valerá a pena ir até lá. Escreve, pinta, aparentemente canta para os amigos. Muito interessante. Mesmo Saramago assim o considera. Valter Hugo ganhou o Prémio Saramago em 2007. Hoje é dia de Valter Hugo Mãe.