Chopin, a ouvir...
Sinopse:
Ethel Brun é filha de um casal de exilados, formado por Justine e Alexandre, um homem afável e irrequieto que muito jovem deixou a ilha Maurícia e que, na alegre Paris dos anos 20 e 30, se dedica a delapidar a herança em negócios pouco recomendáveis. Na infância, o único prazer de Ethel é passear pela cidade com o seu tio-avô, o excêntrico Samuel Soliman, que sonha ir viver para o pavilhão da Índia Francesa construído para a Exposição Colonial. E, na adolescência, Ethel conhecerá algo parecido com a amizade pela mão de Xenia, uma colega de escola, vítima da Revolução Russa e que vive quase na miséria. O bem-estar de Ethel começa a resvalar quando, nas refeições que o seu pai oferece a parentes e conhecidos, se repete cada vez mais o nome de Hitler. Serão os primeiros sinais do que ameaça a família Brun: a ruína, a guerra, mas, sobretudo, a fome. Ela marcará o despertar da jovem Ethel para a dor e o vazio, mas também para o amor, num romance em torno das origens perdidas, durante uma época que culminou com um apocalipse anunciado.
Jane e Louise Wilson: Tempo Suspenso
22 Janeiro 2010 a 18 Abril 2010
CAM – Hall, 1.ª Sala, 2.ª Sala, Nave e Sala Polivalente
Esta é a maior exposição individual até à data das gémeas britânicas Jane e Louise Wilson, que incluirá a sua primeira obra em filme Hypnotic Suggestion 505 (1993). Nesta exposição, serão apresentadas obras inéditas, como uma série de cinco esculturas produzidas especificamente para o espaço do CAM.
Sentou-se na cadeira alinhada com a ponta esquerda da mesa. Endireitou a saia e olhou em volta, procurando conhecidos ou apenas rostos curiosos na sala. Respondeu a todas as perguntas, mesmo às sussurradas entredentes por ele. Maternal, serviu pratos, encheu copos e disse que tudo estava muito bem.
No fim da noite resolveu participar nas conversas empurrada pela boa disposição proporcionada pelo vinho tinto, redondo, que tomava. Ouviu-se rir, distendeu os músculos e segurou a cabeça com a mão direita, um dedo no queixo e os outros próximos à orelha. Olhou em frente e estranhou a imagem reflectida no espelho. Reflectia uma imagem estranha de alguém que olhava em frente, vagamente corajosa. Olhou em volta...