Ai, os teatros pessoais

 

Agora, sem hesitações, observa à sua volta e constata em si aquelas lacunas ocultadas durante tanto tempo. Feridas profundas que servem para sustentar um edifício sem janelas. A luz, o ar, o ruído apenas entram quando a distracção ataca, alojando-se no cansaço de quem finge alguma consistência. É tão cansativo aparentar, sempre. Fingir tantas vezes. Fugir do mais-ou-menos, do quase...aquela fadiga de contar as cabeças obedientes. Está quase. Está tão perto de conseguir esquecer-me de si mesma que quase bate palmas quando o dia chega ao fim e, finalmente, se entrega aos chocolates que lhe fazem borbulhas na cara.

 

publicado por imprevistoseacasos às 21:38 | comentar | favorito