A alegria colorida do jardim
Dobrou-se com um sorriso, observando as plantas. Eram verdes, amarelas (adorava florzinhas amarelas), roxas, brancas, sarapintadas e conviviam com outras maravilhas da natureza, no pequeno jardim.
Afastou as folhas da laranjeira, com as mãos sujas de terra, pintando-as de castanho . Falou com elas, pediu-lhes frutos, alegria, sombra no jardim. Biscou o olho à figueira, altiva, no seu vaso azul, provocando inveja ao limoeiro. A casinha para os pássaros da vizinhança baloiçava num pequeno ramo, como que aderindo à conversa. Todos queriam a atenção dela, até as folhas caídas roçavam os seus pés.
Naquela tarde, final de dia de trabalho, cheirava a jardim, o som das plantas ecoava, abafando cri cris e piu pius, rendendo-se à torrente fresca de gotas derramadas, como uma carícia, ou quem sabe num agradecimento, pela alegria colorida daquele jardim.